O prefeito de Deodápolis, Jean Carlos Silva Gomes, o "Jean da Saúde", enviou à Câmara Municipal o Projeto de Lei Complementar n° 014/2025, que propõe mudanças na estrutura organizacional do Poder Executivo. Na prática, o projeto busca autorização para criar novos cargos comissionados e efetivos, além de reajustar vencimentos e gratificações para algumas funções.
A proposta, no entanto, pode acender um sinal de alerta nas finanças do município. De acordo com o próprio texto do projeto, a folha de pagamento terá um acréscimo de R$ 331.252,61, elevando os gastos com pessoal para 48,33% da Receita Corrente Líquida. Embora o percentual esteja dentro do limite legal (54%) e prudencial (51,30%), ele se aproxima do limite de alerta (48,60%), o que pode comprometer futuras contratações e investimentos.
Entre as mudanças previstas, estão a criação de sete cargos de Diretor de Departamento, com vencimentos iniciais de R$ 3.809,59; dois cargos de Coordenador Geral, com salário de R$ 7.000,00; além de secretários adjuntos para Educação e Saúde, entre outros. Além disso, algumas funções terão gratificações que podem chegar a 100% do salário base, como no caso do cargo de Líder de Equipe.
O prefeito argumenta que a reestruturação é necessária para melhorar a prestação dos serviços públicos e atender a demandas técnicas da administração municipal. Justifica também que algumas categorias precisam de reajuste salarial para manter profissionais qualificados no quadro do município.
Apesar da justificativa, o impacto financeiro e a proximidade do limite de alerta geram dúvidas sobre a viabilidade da proposta. Caso aprovado, o projeto pode comprometer o orçamento municipal, dificultando investimentos em áreas essenciais e aumentando a dependência de arrecadação futura. Agora, cabe à Câmara decidir se a criação de novos cargos e benefícios é realmente necessária ou se pode se tornar um peso para as contas públicas.