Publicado em 05/09/2017 às 17:59,

Polícia Federal encontra dinheiro em apartamento que seria utilizado por Geddel

Alvorada Informa,

PF chegou a endereço em Salvador que seria utilizado pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima. Polícia Federal encontrou, nesta terça-feira (5), uma grande quantidade de dinheiro em apartamento que seria utilizado por Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) em Salvador. O ex-ministro cumpre prisão domiciliar na Bahia. A polícia localizou o montante na residência que fica em um edifício na Rua Barão de Loreto, no bairro da Graça, área nobre da capital baiana, durante busca e apreensão autorizada pela 10ª Vara Federal de Brasília. Conforme a Justiça Federal, a ação faz parte de apurações relacionadas à prática de corrupção, quadrilha e lavagem de dinheiro envolvendo a Caixa Econômica Federal. Durante as investigações, surgiu a suspeita de que Geddel estaria escondendo provas de atos ilícitos no apartamento no bairro da Graça, imóvel que teria sido emprestado a ele pelo proprietário para que o ex-ministro guardasse pertences de seu pai, já falecido. [caption id="attachment_7242" align="alignnone" width="900"] Grande quantidade de dinheiro em espécie foi encontrada em apartamento no bairro da Graça, em Salvador (Foto: Alan Oliveira/G1)[/caption] Decisão da Justiça Federal que resultou em busca e apreensão no bairro da Graça, em Salvador (Foto: Reprodução) Na decisão da Justiça que autorizou o procedimento de busca e apreensão, documento datado de 30 de agosto, consta que: "há fundadas razões de que no supracitado imóvel existam elementos probatórios da prática dos crimes relacionados na manipulação de créditos e recursos realizadas na Caixa Econômica Federal". Veja a íntegra da decisão Um morador do edifício disse ao G1 que viu quando os policiais federais chegaram entre 6h e 7h desta terça-feira. Eles se dirigiram para cumprir a decisão no segundo andar do prédio. Conforme a PF, a Operação Tesouro Perdido deflagrada nesta terça tinha objetivo de cumprir o mandado de busca e apreensão emitido pela Justiça, e após investigações decorrentes de dados coletados nas últimas fases da Operação Cui Bono, a PF chegou ao endereço em Salvador, que seria, supostamente, utilizado por Geddel Vieira Lima como “bunker” para armazenagem de dinheiro em espécie. Segundo a polícia, os valores apreendidos serão transportados a um banco onde será contabilizado e depositado em conta judicial. O G1 entrou em contato com a defesa de Geddel Vieira Lima às 11h55. Por meio da assessoria, a informação é de que o advogado que representa o ex-ministro não podia falar com a reportagem no momento por estar participando de uma audiência em Brasília. Trecho da decisão que autorizou a PF a fazer busca e apreensão em endereço atribuído a Geddel Vieira Lima (Foto: Reprodução) Réu A Justiça Federal em Brasília aceitou, no final de agosto, denúncia da Procuradoria da República no Distrito Federal e transformou em réu o ex-ministro Geddel Vieira Lima por obstrução de justiça. Geddel foi denunciado por tentativa de atrapalhar as investigaçõessobre desvios no FI-FGTS, o fundo de investimentos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço. A denúncia foi aceita pelo juiz Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara da Justiça Federal em Brasília. Em nota divulgada após a decisão da Justiça, a defesa de Geddel afirmou que: "Rechaça com veemência as fantasiosas acusações contidas na denúncia, fruto de verdadeiro devaneio e excesso acusatório. Tão logo notificado pelo juízo da 10ª Vara da Seção Judiciária do Distrito Federal, será apresentada a peça de defesa, oportunidade que demonstrará a inocorrência de qualquer ilícito e a necessidade de rejeição da inepta e inverídica acusação." A denúncia Segundo a denúncia da procuradoria, após as tratativas do operador Lucio Funaro para fechar o acordo de delação premiada, Geddel começou a atuar para atrapalhar as negociações. O político fez contatos telefônicos constantes com a esposa de Lúcio Funaro, Raquel Albejante Pita. Procuradores dizem que o objetivo de Geddel era sondar como estava o ânimo do doleiro e garantir que ele não fornecesse informações aos investigadores. "Com ligações alegadamente amigáveis, intimidava indiretamente o custodiado, na tentativa de impedir ou, ao menos, retardar a colaboração de Lúcio Funaro com os órgãos investigativos Ministério Público Federal e Polícia Federal", reitera um dos trechos da ação. Ainda segundo o MP, as investidas de Geddel foram reveladas em depoimentos dados por Lúcio Funaro e a esposa, e confirmadas, posteriormente, por meio de perícia realizada pela Polícia Federal no aparelho telefônico de Raquel Pita. Entre os dias 13 de maio e 1º de julho de 2017 foram 17 ligações. Aos investigadores, o casal também revelou ter ficado com receio de sofrer intimidações e retaliações por parte de Geddel, uma vez que o político possuía influência e poder, inclusive no primeiro escalão do governo. Fonte:G1

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