A deputada estadual Gleice Jane (PT), juntamente com líderes da região de Dourados, entregou documento contendo demandas da região ao ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira. O encontro ocorreu durante a participação do Ministro na Conferência Estadual da Agricultura Familiar e no lançamento do Plano Safra 2023/2024 no Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo, em Campo Grande.
“Aproveitamos a visita do ministro para entregar um documento fundamental para a discussão sobre o futuro da produção de alimentos em Dourados. Nele incluímos questões como a agricultura familiar, a produção de alimentos nas comunidades indígenas e quilombolas com o intuito do fortalecimento das populações do campo em nossa região. Acreditamos na agroecologia e na produção de alimentos livres de agrotóxicos e que é promovendo investimentos, políticas públicas e reconhecimento de setores fundamentais para a economia, segurança alimentar e desenvolvimento sustentável que vamos avançar nessas questões e construir um futuro mais próspero para os trabalhadores do campo”, explica a parlamentar.
Além dela, assinam o documento o Superintendente do Patrimônio da União, Tiago Botelho; o ex-deputado federal e estadual pelo PT e ex-delegado federal do MDA, João Grandão; e o vereador de Dourados, Elias Ishy.
“A vinda do ministro Paulo Teixeira mostra o comprometimento do Lula com o MS e nossa agricultura familiar. Chega de tratar mal trabalhador rural, indígena e quilombola. Enquanto douradense construímos um documento pedindo para o ministro olhar pelo município que anda abandonado. Dourados precisa de ajuda para investir na produção de alimento saudável, na regularização fundiária, em novos assentamentos e na produção agroecológica para indígenas e quilombolas”, afirma Tiago Botelho.
Ex-deputado federal e estadual pelo PT e ex-delegado federal do MDA, João Grandão também pede atenção especial ao município. “Dourados com a representação política que temos e o fato do Partido ter administrado por 8 anos este município sendo considerado a melhor administração que Dourados já teve, aumenta ainda mais a nossa responsabilidade e atender essas nossas reivindicações demostrará o compromisso que esse ministério tem com a produção de alimentos saudáveis tanto nos assentamentos como nas comunidades indígenas e quilombolas. Ressaltamos a importacia da valorização do PAA para a comercialização e para a agregação de valores e garantia de renda”, declarou.
Confira principais reivindicações
As lideranças solicitam especial atenção a questões cruciais como as demandas das trabalhadoras e trabalhadores do campo, povos indígenas e quilombolas. Entre elas, foram destacadas a efetiva regularização dos assentamentos de Lagoa Grande e Amparo, visando garantir a segurança da titularidade de terras para os agricultores familiares. Além disso, é solicitada a implementação e reforço do Pronera (Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária), com o objetivo de promover a educação no campo e desenvolver o potencial da comunidade rural.
Outra questão apontada é o investimento em agricultura familiar indígena, especialmente nas aldeias Bororó e Jaguapiru, que compõem uma das maiores reservas indígenas do País. O documento destaca a importância da titulação quilombola e do apoio ao desenvolvimento da agroecologia e da agricultura familiar na comunidade quilombola de Picadinha, visando promover a prosperidade e sustentabilidade dessas comunidades.
A proximidade de Dourados com duas universidades públicas foi apontada como oportunidade para parcerias em assistência técnica e desenvolvimento do PAA (Programa de Aquisição de Alimentos), beneficiando restaurantes universitários e promovendo a saúde da população estudantil. A piscicultura, uma atividade emergente e com grande potencial na região, também é objeto de incentivo solicitado no documento.
Dentre as demandas entregues ao Ministro do MDA, destaca-se ainda o apoio para a implantação de um projeto de produção de hortifrutigranjeiros numa estratégia de "Distrito Verde", voltado para a juventude. O projeto visa beneficiar 100 jovens com áreas de 3 hectares por jovem, infraestrutura, casas, água potável e energia elétrica, objetivando a produção em escala comercial e incluindo cooperativismo voltado para a industrialização do processo.
Os líderes também ressaltaram a importância do investimento em programas de ingresso e permanência para comunidades quilombolas, indígenas e trabalhadores do campo, destacando o papel fundamental que o acesso ao ensino superior desempenha no desenvolvimento social, cultural, econômico e político dessas populações. Ações inclusivas, programas de ação afirmativa e valorização das diferentes culturas nas instituições de ensino são apontados como fundamentais para tornar o acesso ao ensino superior uma realidade para esses grupos.