Publicado em 13/07/2022 às 15:55,
por Jeniffer Andrade Além do soro do leite, vendido como alternativa ao longa vida diante da disparada de preços, supermercados nas periferias de São Paulo têm comercializado itens como feijão fora do tipo, pontas de frios -bandejas com restos de queijo e presunto-, carcaça e pele de frango. Com inflação alta e brasileiros perdendo renda, retrato fiel do que é o governo Jair Bolsonaro (PL), supermercados nas periferias de São Paulo estão vendendo produtos que antes nem eram comercializados, como carcaça e pele de frango, Em um mercado no Capão Redondo, na zona sul, ao lado do feijão comum encontrava-se o chamado “feijão fora do tipo”, composto por 70% de grãos inteiros e 30% feijão bandinha [partido], segundo o site da marca Solito Alimentos. A venda dele é autorizada desde que esteja identificado, “cumprindo as exigências de marcação e rotulagem”. No mercado, esse tipo de feijão saía a R$ 8,48, enquanto o carioca tradicional da mesma marca custava R$ 9,98. Na mesma loja, pontas de frios eram vendidas como promocionais, com pedaços de restos de queijo. diz a Folha. No Brasil de Bolsonaro, os cidadãos não conseguem nem mesmo consumir leite, vendido a R$ 8 ou R$ 10. Soro de leite e misturas condensadas têm sido usadas como substitutas. “A qualidade não é a mesma, e honestamente não gosto de consumi-los, porém necessito levar algum leite para casa”, diz uma consumidora. “Troco os produtos senão não dá para comprar. Diariamente os valores aumentam nos supermercados. É impossível manter a mesma qualidade de vida com a situação atual”, afirma a assistente administrativa Patrícia Ribeiro, 38. A crise e a inflação também impulsionaram mercados que vendem produtos perto da data de validade, os chamados “vencidinhos”. A desempregada Ionara Jesus, moradora de São Paulo, busca sustento para quatro filhas. “Comer pé, carcaça, aqui em casa tá sendo luxo quando tem. Nem ovo a gente pode comprar mais, porque tá caro”, disse ela. “Esses dias aqui em casa, para te falar a verdade, nem carcaça tô podendo comprar, porque não tá sobrando nem para isso.”, completou. Fonte:DCM