Publicado em 29/03/2024 às 23:17,
Gaeco apontou que alvo estava envolvido em uma organização criminosa atuante em fraudes de contratos públicos e licitações
O pecuarista e empreiteiro Julio Arantes Varoni, de 61 anos, foi preso durante a sexta-feira (29) após estar foragido e ser apontado em um esquema de corrupção na Operação Laços Ocultos, feita pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado). Ele estava com um mandado de prisão e foi encontrado escondido em uma fazenda na região do distrito de Taboco, em Corguinho.
A Polícia Militar é quem cumpriu o mandado de prisão que havia contra o investigado. Os militares receberam uma denúncia anônima, onde indicava que o empreiteiro estava escondido na companhia de familiares, mas havia a informação de que ele poderia fugir a qualquer momento, como nesta sexta.
Os policiais precisaram chegar a pé até a fazenda para não realizar nenhum alarde, muito menos serem vistos e provocar uma fuga do suspeito. Após a chegada no local, eles visualizaram uma caminhonete Toyota Hilux na garagem e ouviram vozes de outras pessoas.
Ao chegar na propriedade rural, abordaram Julio Varoni e mostraram o documento do mandado e efetuaram a prisão, acompanhado do filho do investigado, que se apresentou como advogado dele, e da esposa. Ele foi conduzido pelos policiais até a delegacia.
A Operação Laços Ocultos foi deflagrada em novembro do ano passado. Segundo o Ministério Público, foi apurado a existência de uma organização criminosa voltada para a prática de corrupção ativa, corrupção passiva, peculato, fraude em licitações e contratos públicos, e lavagem de dinheiro. Dentre os alvos estão dois vereadores, quatro secretários municipais, servidores públicos e empresários.
Segundo levantamentos, a organização criminosa atuava há anos fraudando licitações públicas que possuem como objeto a contratação de obras e serviços de engenharia no Município de Amambai e outros, principalmente por meio de empresas ligadas a familiares, com sócios até então ocultos. Nos últimos seis anos, os valores dos contratos obtidos pelo grupo criminoso ultrapassam R$ 78 milhões.
Perícias de engenharia, em obras vistoriadas presencialmente pelo corpo técnico, detectaram superfaturamento e inexecução parcial, assim como análise realizada por órgão técnico do Ministério Público identificou pagamento de propina das empresas integrantes do grupo criminoso em benefício de agentes políticos e servidores públicos municipais responsáveis pela fiscalização das obras.