Publicado em 04/04/2020 às 06:35,
Em uma dura conversa, ministro da Saúde disse ao presidente que ele deveria se responsabilizar pelas mortes na pandemia O site da revista Veja publicou na coluna Radar nesta sexta-feira (03) que o presidente Jair Bolsonaro disse para o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, pedir demissão do cargo. Em um jantar com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), Mandetta comentou sobre a conversa que teve por telefone com Bolsonaro. “O senhor que me demita, presidente”. A partir desse momento, a conversa teria esquentado ainda mais, ao ponto de o ministro da Saúde recomendar ao presidente que ele se responsabilizasse sozinho pelas mortes causadas pelo coronavírus, que já infectou 8.230 brasileiros e matou 343 pessoas. Apesar da tensa discussão, Mandetta trabalha normalmente nesta sexta e já participou de uma série de reuniões. Como o Radar mostrou mais cedo, depois de ser atacado publicamente pelo presidente nesta quinta, o ministro da Saúde foi jantar com os presidentes do Senado e da Câmara na residência oficial do Senado. Na conversa, o ministro estava inconsolável. Disse aos chefes do Congresso que a situação com o presidente era “insustentável”. Saiba logo no início da manhã as notícias mais importantes sobre a pandemia do coronavirus e seus desdobramentos. Inscreva-se aqui para receber a nossa newsletter Seguidamente boicotado nos bastidores pelo Palácio do Planalto, atacado nas redes sociais por aliados de Bolsonaro e agora publicamente pelo próprio chefe da República, Mandetta revelou estar no seu limite. Na conversa, que entrou a madrugada, Mandetta disse a Maia e Alcolumbre que, por ele, está fora do governo. Bolsonaro não mereceria o empenho dele e de seus técnicos. Os chefes do Legislativo apelaram para que ele resistisse o máximo possível no cargo. Em uma videoconferência do Valor, Maia disse que Bolsonaro “não tem coragem de tirar o ministro e mudar oficialmente a política de enfrentamento à pandemia”. Bolsonaro deixou claro nesta quinta que teme ficar com a conta das mortes da pandemia no Brasil, se realizar mudanças no plano de combate do ministério e dos governadores. “Mandetta já sabe que estamos nos bicando. Ele está extrapolando. Mas não posso demitir ministro em meio ao combate. Nenhum ministro meu é indemissível”, disse Bolsonaro nesta quinta. Fonte: Veja