Em meio à crise do coronavírus, restaurante distribui marmitas para ajudar caminhoneiros em MS

Mais de 300 marmitas já foram distribuídas gratuitamente desde o início da semana para caminheiros que passam pela BR-163, no sul de Mato Grosso do Sul. Os funcionários entraram de férias desde que os casos de coronavírus começaram a aumentar no Brasil. Vinte e duas pessoas de um restaurante na BR-163, em Dourados, a 230 km de Campo Grande, foram para casa na semana passada, mas um áudio recebido pelo dono do estabelecimento fez o curso desta história pender para o caminho da solidariedade. “Era um áudio de um caminhoneiro chorando, ele falava que estava passando pela região e não achava lugar para comer e nem tinha o suporte no caminhão para fazer o almoço. Fiquei muito comovido e resolvi fazer algo para mudar essa situação”, disse o dono do restaurante, Ricardo Arruda. Após ouvir o áudio e conversar com outros caminhoneiros, Ricardo decidiu reabrir o restaurante com a ajuda dos funcionários. “Eu conversei com eles e falei, quem podia fazer um trabalho voluntário, de vir aqui por algumas horas por dia, fazer marmitas e dar para os caminhoneiros. Não pressionei ninguém, e para a minha surpresa, todos os 22 funcionários aceitaram”, explicou. O comerciante ainda disse ao G1 que dispensou dois funcionários, por conta da idade, ambos têm mais de 60 anos. As marmitas começaram a ser entregues na segunda-feira (23), quando foram dadas 70. No dia seguinte, o número aumentou para 105, e nesta quarta-feira (25), com os caminheiros se comunicando rapidamente foram entregues 170, em menos de 1 hora, segundo o empresário. Ele espera continuar fazendo o trabalho solidário por mais 15 dias. “Estamos contando com ajuda de outras pessoas, que estão nos doando alimentos para continuar nessa corrente solidária, nesse momento tão delicado do Brasil”, destacou. O último boletim da Secretaria de Estado de Saúde (SES) mostra que Mato Grosso do Sul tem 24 casos confirmados de coronavírus e 38 suspeitos. Placa do restaurante anunciando a doação às margens da BR-163, em MS — Foto: Ricardo Arruda/Reprodução FONTE: G1 MS