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PF apura ameaças de corte de benefícios do ‘Mais Social’ em MS

Beneficiários do Mais Social teriam sido ameaçados de perder o auxílio caso não participassem de reuniões políticas

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Policiais federais na sede do programa Mais Social em Nioaque. (Foto: Reprodução)

Na manhã desta quarta-feira (18), a Polícia Federal realizou uma operação em Nioaque, a 183 km de Campo Grande, investigando um esquema de ameaças contra beneficiários do programa Mais Social, vinculado ao governo do Estado. O foco das investigações é a suposta coerção para que os beneficiários participassem de reuniões políticas do candidato Dr. Juliano, do PSDB, apoiado pelo atual prefeito, Valdir Júnior, também do PSDB.

O principal alvo da investigação, segundo o jornal Midiamax é Taliel Vargas Couto de Souza, coordenador do programa Mais Social em Nioaque e primo do prefeito Valdir Júnior. Taliel foi nomeado em 2018 pelo então governador Reinaldo Azambuja, atual presidente regional do PSDB em Mato Grosso do Sul. De acordo com as denúncias, ele teria ameaçado cortar o benefício de pessoas em situação de vulnerabilidade, incluindo uma mulher indígena, caso elas não participassem das reuniões políticas do candidato.

Durante a operação, equipes da Polícia Federal apreenderam documentos e equipamentos na sede do órgão em Nioaque. As denúncias, formalizadas ao Ministério Público por três pessoas, incluem relatos de ameaças diretas feitas por Taliel, que teria dado um "prazo" para que uma das denunciantes "mudasse de lado" para não perder o benefício.

Uma liderança indígena também relatou que foi informada de que seu benefício já havia sido cortado. No entanto, ao contatar a central do programa em Campo Grande, foi informada de que seu cadastro estava regular.

O advogado de Taliel, Herberth Lima, negou as acusações, classificando-as como eleitoreiras. Segundo ele, as denúncias são falsas e motivadas por disputas políticas locais. Ele afirmou que o processo criminal esclarecerá os fatos.

O candidato Dr. Juliano, do PSDB, declarou não ter conhecimento da operação policial e ressaltou que sua campanha é baseada no respeito e nas necessidades da população. O Governo do Estado também se pronunciou, afirmando que tomará as providências cabíveis ao término das investigações.

O prefeito Valdir Júnior afirmou que aguardará mais informações antes de se pronunciar. A reportagem tentou contato com Taliel, mas não obteve resposta. Até o momento, o presidente estadual do PSDB, Reinaldo Azambuja, e o partido não se manifestaram sobre o caso.

(*) Com informações do Midiamax