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Mesmo com cúpula na cadeia, 'fiéis' de esquema tentam manter lucro e atrapalhar PF

Mesmo diante de fatos apontados pela Polícia e Receita Federal que evidenciam esquema financeiro ilegal, grupo de ‘investidores’ da organização criminosa desfeita pela Operação Ouro de Ofir, deflagrada nesta segunda-feira, articulam para tentar bloquear o acesso da polícia a novas provas e informações e rebaixar a ação da PF. Em áudio a que o Jornal Midiamax teve acesso, suposta integrante do esquema aconselha outros membros para que não cooperem com as investigações. “Não é para passar nada para a Polícia Federal. Nem comprovante, nem áudio, nem nada”, diz a integrante. Como justificativa, a mulher associa as investigações da PF ao presidente Michel Temer (PMDB) e ao ex-presidente José Sarney. “O que eles querem é que você entreguem isso mesmo, e daó acabou”, finaliza o áudio, solicitando para que os membros repassem a mensagem a grupos de WhatsApp. A mensagem vem no mesmo dia em que a Polícia Federal disponibilizou um canal em seu site para as pessoas que foram vítimas dos integrantes da organização criminosa, que praticava estelionato, em Campo Grande e também em vários estados brasileiros façam denúncias. As possíveis vítimas devem acessar o site da Polícia Federal, através do link www.pf.gov.br e preencher um formulário reconhecendo firma em um cartório, posteriormente deve entregar o formulário na Superintendência da Polícia Federal, em Campo Grande. Vítimas de outros estados deverão enviar os formulários através dos correios para a superintendência Tentamos falar com a PF para saber quais providências serão tomadas em relação às tentativas de obstruir o trabalho da polícia, mas até o fechamento desta matéria não conseguimos contato. O esquema Para atrair os ‘investidores’, a organização criminosa usava um elaborado e fantasioso roteiro que envolve a existência de antigas minas de ouro em Mato Grosso do Sul, documentos do Tesouro Nacional, um julgamento trilionário na justiça sul-mato-grossense e muita lábia. Apesar de não haver qualquer ligação com entidades religiosas, entre as vítimas há muitos evangélicos que foram recrutados por ‘irmãos’ e líderes de igrejas em diversos estados brasileiros. Formavam ‘equipes’ de propagação como ‘Os Milionários’, ‘Filhos do Rei’ ou ‘Anjo AUMETAL’. Basicamente, quem 'entrava' tinha de entregar pelo menos R$ 2 mil sem qualquer garantia. O golpe era muito complexo e feito de duas maneiras pela organização criminosa: a primeira forma como era aplicado consistia em usar documentos falsos do Banco Central, levando as vítimas a acreditarem na legitimidade dos investimentos. Já a segunda forma era apresentar para os investidores que pessoas ‘importantes’ participavam e estavam lucrando com os investimentos. Eles afirmavam que tinham investidores como juiz e consul honorário da Guiné. Para atrair as vítimas, os integrantes afirmavam que uma família de Campo Grande era dona de uma mina de ouro da época do império, que tinha sido vendida para os Estados Unidos e para a Europa, e que a família tinha 40% de direitos sobre a mina vendida. Sendo que parte do dinheiro recebido teria de ser repassado para terceiros, momento em que eram vendidas cotas para os investidores, que aplicavam R$ 1 mil com promessas de receber R$ 1 milhão. A organização criminosa também usava das declarações do imposto de renda para mostrar para os investidores que estariam enriquecendo, com o dinheiro investido no grupo. Prisões Foram presos Celso Eder de Araújo, dono da empresa Company Consultoria que também foi alvo da operação, além de Sidney Anjos Pero e Anderson Flores de Araújo- tio de Celso. Uma pessoa está foragida. Operação Foram cumpridos 19 mandados, sendo 11 de busca e apreensão, 4 de condução coercitiva e 4 de prisão temporária. Goiás e Brasília também foram alvos da operação, que apreendeu R$ 1 milhão em espécie e 200 quilos de pedras preciosas, além de três carros de luxo. Fonte:MIDIAMAX  

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