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PRF de MS reage a fala de ministro do STF que questionou existência da polícia após morte de Heloísa

Sindicato repudiou fala de Gilmar Mendes

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Posto da PRF em Campo Grande. (Divulgação PRF)

.O Sindicato da PRF (Polícia Rodoviária Federal) em Mato Grosso do Sul reagiu à fala do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, afirmando que o órgão merecia “ter a sua existência repensada”. O posicionamento foi dado após uma criança de 3 anos ser morta depois de ser atingida por um tiro disparado por agente da PRF no Rio de Janeiro.

“Ontem, Genivaldo foi asfixiado numa viatura transformada em câmara de gás. Agora, a tragédia do dia recai na menina Heloisa Silva. Para além da responsabilização penal dos agentes envolvidos, há bem mais a ser feito. Um órgão policial que protagoniza episódios bárbaros como esses - e que, nas horas vagas, envolve-se com tentativas de golpes eleitorais -, merece ter a sua existência repensada”, publicou o ministro em uma rede social.

Em resposta, a PRF de Mato Grosso do Sul se solidarizou com a família da pequena Heloísa, relembrou o processo de criação da Polícia Rodoviária Federal, e repudiou a fala do ministro.

Confira a nota na íntegra:

O SINPRF-MS infelizmente lamenta o pesar e solidariza-se com os familiares da pequena Heloísa. A dor da perda de um filho perpassa o círculo familiar e afeta a todos que acompanham o fato trágico. Que a apuração dos fatos seja permeada pela égide da lei para todos os envolvidos.

A PRF é uma instituição quase centenária surgida do voluntariado do Sr Antônio Félix Filho e da necessidade de servir e socorrer aos acidentados na rodovia Rio-Petrópolis e outras. Esta origem denota a característica indelével da PRF de proximidade com a sociedade e sua vocação de servir ao Estado Democrático Brasileiro. Talvez, por este desconhecimento histórico, o honorável ministro Gilmar Mendes, no calor dos fatos infelizes, tenha sugerido a revisão da existência da instituição.

Não se pode avocar aos seus quase 13 mil homens e mulheres que, durante a pandemia não pararam, nas tragédias de Mariana e Brumadinho atuaram com louvor, nas enchentes do Guarujá e mais recentemente no RS também estavam presentes desempenhando seu papel no amparo as famílias afetadas, sejam coautores em fatos sem devido processo legal e direito à ampla defesa e contraditório.

Nos últimos 12 meses a PRF abordou mais de 10 milhões de veículos e fiscalizou mais de 11 milhões de pessoas, no enfrentamento ao crime recuperou 8,9 mil veículos roubados, apreendeu mais 680 toneladas de Drogas, deteve 47 mil pessoas, apreendeu 2,1 mil armas e 228 mil munições, 283 toneladas de agrotóxicos e resgatou mais 1300 trabalhadores em condições de risco e análogo a escravidão, além de atuar na repressão a exploração sexual de crianças e adolescentes.

Esta atuação diuturna em todo o país com índices de uso da força ínfimos equipara a PRF neste aspecto as forças de segurança de países mais desenvolvidos do mundo. Portanto a declaração demonizando a PRF do honorável ministro não encontra lastro fático.

Os PRFs de todo o país merecem respeito, trabalhamos com muita resiliência e orgulho defendendo a sociedade brasileira sempre em busca da construção do bem estar social. Repudiamos veemente a declaração e quaisquer outras que tenham o mesmo objetivo.