Publicado em 23/05/2017 às 20:28,

Após 3 denúncias contra governador de MS, Assembleia aprova comissão especial

Alvorada Informa,

Denúncias contra Reinaldo Azambuja estão baseadas na delação da JBS de que ele teria recebido propina para conceder incentivos fiscais à empresa. Chefe do Executivo nega irregularidades. A Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul recebeu, entre segunda-feira (22) e esta terça-feira (23), três denúncias contra o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) baseadas na delação da JBS. Segundo os executivos delatores, o chefe do Executivo estadual teria recebido propina para conceder incentivos fiscais à empresa. Com isso, a Casa aprovou a criação de comissão especial. O presidente do Legislativo sul-mato-grossense, Junior Mochi (PMDB), comentou a decisão dos deputados tomada durante a sessão desta terça-feira (23). “O governador trouxe documentos e rebateu tópico por tópico as denúncias, com o propósito de provar sua inocência. Entretanto, ele deixou a Assembleia bem à vontade para adotar as providências que julgar necessárias. Conversando com vários deputados desde ontem, chegamos à concordância que deve ser criada a comissão especial porque é um fato de conhecimento público e a Casa não pode se ausentar”, explicou. Mochi reforçou que todas as denúncias apresentadas foram fundamentadas na delação da JBS. A mais recente foi apresentada na sessão desta terça-feira pela bancada do PT, que pede a criação da comissão especial. Na segunda-feira, outros dois pedidos de investigação foram protocolados: um pelo vereador de Campo Grande Vinicius Siqueira (DEM) e o outro, por duas advogadas. O requerimento da bancada do PT foi lido pelo deputado Pedro Kemp e apreciado no plenário. "A Assembleia tem a prerrogativa de investigar os crimes de responsabilidade. A comissão vai apurar a denúncia, ouvindo o governador e avaliando a documentação. Se houver indicativo de irregularidade, [deputados] vão recomendar a abertura de uma comissão processante que poderá, caso comprovada a culpa do governador, até cassar seu mandato”, pontuou Kemp. Rito da comissão especial Aprovada a criação, os partidos terão 48 horas para indicarem seus membros. Depois haverá a votação para a escolha do presidente e relator. A comissão só é considerada criada quando for publicada no Diário Oficial da Assembleia. Como outras comissões da Casa, a comissão especial terá cinco membros. Após a escolha dos membros e eleição do presidente e relator, a comissão terá um prazo para colher depoimentos e analisar documentos. O relator vai elaborar um parecer e colocar em votação. Se o parecer apontar indícios de irregularidades, os deputados podem requerer a comissão processante, que aprofundará as investigações e poderá recomendar até a cassação do mandato de Reinaldo Azambuja. A bancada do PSDB quer que a investigação não se restrinja ao governo Azambuja, mas também as gestões de André Puccinelli (PMDB) e Zeca do PT. Essa solicitação será feita depois que a comissão estiver funcionando. Choro e 'retaliação' Durante entrevista coletiva na tarde de segunda-feira, Azambuja chorou e disse que a relação com a JBS é institucional e que acredita que a citação feita na delação do dono da JBS Wesley Batista é uma retaliação à mudança na política de incentivos fiscais. Delação Empresários, empresas, secretários de estado, políticos de Mato Grosso do Sul, e um deputado estadual foram citados em delações na operação Lava Jato. Os donos e executivos da JBS revelaram pagamentos de propina, que teriam ocorrido por pelo menos 13 anos e se consolidado nos últimos três governos do estado. De acordo com Wesley Batista, um dos donos e o diretor de tributos da JBS, Valdir Aparecido Boni, ao todo teriam sido pagos R$ 150 milhões de reais nos três últimos governos. Fonte: G1 MS

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