Um atestado médico, seguido de um registro em uma confraternização, provocou polêmica em Nova Alvorada do Sul. A vereadora Iris Gabriela (Republicanos) se afastou das atividades para tratamento de saúde, mas um vídeo dela, em confraternização com pagode, circulou pelo Município, abrindo debate e gerando polêmica.
Após o vídeo, a vereadora compareceu na sessão da Câmara, onde leu atestado para justificar ausência na sessão do dia 26 de setembro, alegando que estava de atestado.
O vereador Paulo Roberto (PT) questionou se havia atestado protocolado, já que foi informado que a vereadora solicitou dois atestados, de 15 dias cada. A vereadora confirmou que sim e foi informada pelo colega que só poderia retornar ao trabalho no dia 5, seguindo o atestado.
Iris respondeu que o questionamento era mera liberalidade, mas foi confrontada pelo colega, que ponderou estar seguindo a lei. A vereadora respondeu que não era empregada e, portanto, não estava regida pela CLT.
A vereadora então justificou que foi hospitalizada porque teve uma crise de pânico e ansiedade. “Enquanto eu estava trancada na minha casa, por uma semana, sem colocar a cara pra fora, ninguém soube da minha dificuldade. Enquanto, na outra semana, estava com minha hemorróida inflamada, ninguém soube da minha situação. Agora, este final de semana, que acabou meu tratamento, e eu já estou em condições de cumprir com minhas obrigações, porque fui em um evento social, fui subjugada, com certeza porque sou mulher, porque se fosse um homem, ninguém ia perceber isso”, confrontou.
A vereadora aproveitou para dizer que era o momento para mostrar para sociedade que é uma mulher livre, independente, com os cartões de crédito em dia, casa própria e dois empregos, o que não a deslegitima a ter a vida como quer.
O vereador Roger Mário Ojeda, do mesmo partido que Iris, concordou com o questionamento do vereador sobre o atestado, afirmando não se tratar de uma questão de gênero.
“Ninguém aqui está falando da questão de gênero, homem ou mulher. Não foi este o tom da fala. Acredito que todos temos o direito de viver a vida como queremos. Agora, a questão de receber críticas, é indiferente de ser homem ou mulher. A gente recebe críticas por sermos agentes públicos e o gênero não vem em questão”, ponderou.
Apesar da contestação, o atestado foi aceito. A questão gerou polêmica na cidade, com possibilidade de pedido de investigação da vereadora. Ela, inclusive, chegou a rebater uma pessoa por meio de áudio, avisando que era amiga do promotor, juiz e defensor público.